sábado, 11 de abril de 2009

Situação quase ficou preta diante da Ponte - pontos positivos e negativos

Depois de um bom tempo de molho, a torcida alvinegra finalmente teve a oportunidade de rever seu time do coração no gramado. Com promoções e ações de marketing, a diretoria queria a presença do desiludido torcedor alvinegro no estádio e conseguiu em parte - 7 mil torcedores compareceram, uma quantidade mediana para a importância, o tempo sem jogos e o feriado no outro dia.

O jogo teve novidades como o lateral-esquerdo Juninho, jovem integrante da equipe júnior, devido à lesão de Welligton e a má-forma de Pico. Carlinhos, velho conhecido volante do Figueira, figurou no banco de reservas. Porém as faltas foram fortemente sentidas, principalmente a dos laterais, devido a entrada de Anderson Luis, e também dos zagueiros lesionados (que já foram liberados pelo DM e estão readiquirindo condição física) Rafael Lima e principalmente Régis.

ANÁLISE DE PARTIDA

A partida contra a Ponte Preta foi marcada por uma grande posse de bola alvinegra que era pouco eficiente e não conseguia criar muitas chances e pelos contra-ataques agressivos e velozes por parte da macaca, esta situação já era sabida anteriormente por todos os jogadores e comissão técnica. O jogo começou com chances alvinegras quando Bruno Perone teve uma grande chance mas, no susto, não conseguiu marcar. O Figueirense jogava mais porém não era eficiente e esbarrava no bom setor defensivo da equipe paulista, bem postada com uma zaga consistente e alta formada por Gum e Jean. A marcação tinha iniciado bem postada em campo, porém Bruno Octávio torceu o joelho e foi substituído, mudando o panorama da partida, com Roger voltando a posição de volante e Schmoller atuando de zagueiro - piorou a proteção de zaga, com o lado direito feito por Anderson Luis, Lucas e Schmoller sendo alvo de grande parte das tentativas do time de campinas.

Em uma falta inexistente cobrada por Edílson, ex-Avaí, Gum completou em uma falha da defesa em geral, principalmente de Dieyson que não acompanhou o zagueiro grandalhão. Pouquíssimo tempo depois em uma trama dos três melhores jogadores do Figueira no jogo (Wilson é hors concours) onde Lucas cruzou, Rafael Coelho subiu muito alto e escorou para Schwenck e o Figueirense empatou em um bom cabeceio. Perto do final da primeira etapa, novamente Schwenck fez um belo peixinho que exigiu uma bela defesa do bom goleiro Aranha.

No segundo tempo o Figueirense voltou motivado e com muita raça. Com grande participação de Lucas que estava em todos os lances, o time catarinense fez grande pressão no paulista, porém, muito mais que no primeiro tempo, esbarrava na boa defesa da Ponte. Pedrinho que havia jogado muito bem em suas outras partidas, nesta não foi bem e se escondia da partida, porém é de se parabenizar a raça do jogador que, em um carrinho perigosíssimo feito por Edílson, não se amedrontou e pôs o pé na bola, o que poderia tê-lo colocado novamente no DM - conseguiu a expulsão do lateral da Macaca. Roger que era o elemento surpresa não conseguia criar nada, muito recuado, e a armação do Figueirense ficou enfraquecida - os laterais se escondiam da partida e eram burocráticos o que afunilava todas as tentativas para o meio que estava muito fechado.

O Figueirense, mesmo ineficaz, merecia estar ganhando ATÉ ENTÃO pois tentava muito mais, todavia a boa marcação da Ponte Preta ganhou um prêmio quando, em uma falta, William mandou um balaço na gaveta - um golaço injusto. Daí em diante, Roberto Fernandes que não aceita perder em casa colocou Marcelo para se aproveitar do maior número de jogadores e lançou-se totalmente ao ataque, porém nada acontecia. Em um lance Schmoller poderia ter feito o seu mas recuou na hora de dividir a bola - falta personalidade.

A tática do abafa deixava a defesa, que já é frágil, muito desprotegida. A falta de um volantão pitbull (o Figueirense confirmou o nome de Alê que vem para fazer esta função) de boa marcação e de uma zaga consistente e segura gerou um "deus-nos-acuda" com a Ponte Preta tendo muito mais chances que o alvinegro de Santa Catarina. Sem contar a linha de quatro defensiva, que então foi formada por Anderson Luís, Dieyson, Perone e Schmoller, não há time que não sofra. Para salvar a pátria, pois uma derrota seria desastrosa para as pretensões alvinegras na competição, Marcelo botou a bola na cabeça de Rafael Coelho que, com uma grande impulsão, cabeceou de maneira magnífica. Engana-se quem pensa que o alvinegro depois do gol começou a mandar na partida, pois mesmo com a maior posse de bola que continuou durante todo o jogo, o time paulista teve chances perigosíssimas de desempatar a partida, sempre no contra-ataque em cima de nosso fraco setor defensivo. Wilson, novamente, salvou o time com uma atuação estupenda.


PONTOS POSITIVOS
  1. Os atacantes do alvinegro. Schwenck surpreendeu a todos, mas não a mim. O atacante sempre mostra muita raça mas, por sempre estar bem posicionado, tem boas chances e perde um ou outro gol - este é o motivo porque os jogadores são mais perseguidos em nosso clube. Foi assim com Ramon, que só começou a ser criticado após perder um gol feito contra o Cruzeiro, Tadeu que aconteceu a mesma coisa após perder um penalti, Bruno Perone na partida de ontem, Ruy que também perdia muitos gols, entre outros. Sempre que um jogador perde um gol, mesmo fazendo uma boa partida, já sei quem será o mais criticado do dia. Voltando ao Schwenck, a parada foi muito boa para retomar a forma física, encomodou muito a defesa com uma boa forma física, não cansou, fez um gol e só não marcou outro devido a uma grande defesa de Aranha. Rafael Coelho sempre joga bem, é o melhor atacante e para mim titular absoluto. Como uma vez ou outra perde uma chance é muito criticado, mas para mim e para Roberto Fernandes não precisa provar mais nada.

  2. Wilson não é novidade. Vem sendo o melhor jogador do Figueirense há 2 anos. Craque! Só que é um ponto positivo que trás consigo um negativo - quando o melhor jogador da equipe é um goleiro, algo há de errado.

  3. Lucas mostrou ser um jogador constante. Mesmo fora de sua posição tem grande personalidade e parte para cima. Para mim, juntamente com Wilson, Rafael Coelho e Roger, é uma unânimidade sua titularidade. TODAS as bolas de ataque passavam por seus pés, o Figueirense está se tornando muito dependente dele, Pedrinho precisa aparecer mais pois tem qualidade e ajudará muito o jovem.

PONTOS NEGATIVOS

  1. Primeiramente a defesa alvinegra. Está duro aturar nossa dupla de zaga. Não sou destes que pega no pé de jogador e analisa jogador com um pé atrás devido a atuações passadas ou até mesmo um gol perdido, como já citado. Analiso partida-a-partida e procuro não ser injusto como muitos são. Às vezes Perone faz partidas medianas e é crucificado. Desta vez, por exemplo, achei que o problema maior foi Dieyson que falhou no lance do gol. O garoto ficou perdido em certos lances e é facilmente driblado, assim como Perone também é. Precisa amadurecer e já afirmei isto - falta uma malícia. Creio que tem futuro mas com certeza no alvinegro não é nada mais que banco. Esta partida foi uma daqueles que não crucifico Perone, mesmo sabendo de suas graves limitações. Os dois para mim são reservas de Régis e o recém-contratado Toninho que vem para ser titular e espero que seja bom jogador.

  2. Outro ponto é a fraca proteção da zaga. Esta ficou evidente quando Fernandes perdeu Bruno Octávio por lesão e lançou Schmoller mais recuado ao lado de Roger - um desastre. Nenhum dos dois rendem como primeiro volante, aquele que necessita impedir a ofensividade do adversário. Quando a equipe partiu com tudo para cima da Ponte Preta, com a entrada de Marcelo, o problema veio à tona onde os contra-ataques do time paulista eram mortais e só não resultaram em gol devido à falta de qualidade dos finalizadores e de nosso goleiro herói. O volante Alê, que disputou o Brasileiro ano passado pelo Coritiba, veio para ser este homem e espero que renda.

  3. A armação do alvinegro era muito ineficaz, tanto na meia como nas laterais. Pedrinho ficou apagado durante sua exibição e Lucas, sobrecarregado, não conseguia fazer muito no meio-campo com a marcação bem postada da Macaca. Ficou claro que os laterais são importantíssimos ofensivamente falando e no jogo de quinta-feira elas nada fizeram - Juninho era burocrático e Anderson Luis todos sabemos que atacar não é a sua. Os ataques afunilavam-se e batiam na defesa adversária.

ANÁLISE INDIVIDUAL

  1. Wilson: o melhor em campo. Como todas as outras avaliações que fiz, salvou o Figueirense de levar gols certos.

  2. Anderson Luis: mal na defesa, péssimo no ataque. O emocional do lateral já era e precisa rumar fora do Scarpelli - o técnico inclusive já afirmou isto, porém o garoto precisava atuar devido aos desfalques. Não tem coragem alguma de tentar uma jogada e erra passes fáceis. Seu lado da zaga foi o mais maltratado pela Ponte.

  3. Bruno Perone: razoável. Não condeno o zagueiro, nesta patida, como todos os torcedores o fazem pelo seu retrospecto. O gol inclusive não foi culpa dele, pois o jogador que o mesmo marcava nada fez no lance. Porém acredito que Gum deveria ser prioridade de Perone e não Jean, pela altura do mesmo. O que todos reclamam é também os constantes chutões que ele faz, mas acho que aí, em sua maioria, a culpa não é dele, pois o mesmo geralmente está pressionado, todavia sei e reconheço suas limitações.

  4. Dieyson: ingênuo, não foi bem. É complicado culpar um jogador apenas em um lance de gol adversário, mas pelo que apurei o primeiro gol da Macaca foi uma falha de marcação dele que não marcou ninguém. Foi driblado também em um lance que só não foi gol porque o atacante errou a finalização. Precisa adquirir mais experiência - zagueiros experientes como Régis e Toninho precisam aconselhá-lo.

  5. Roger: esta foi uma das poucas partidas que o volante não atuou bem. Errou passes fáceis e não apareceu bem no ataque como sempre. Roger tem más lembranças de partidas contra a Ponte Preta, sendo considerado inclusive a "mãe" da Macaca por entregar gols. Entretanto, conhecemos sua qualidade. O Figueira perdeu sua ajuda na saída de bola com sua recuada para a defesa. Precisamos de zagueiros para podermos usar Roger como o bom volante que ele é.

  6. Juninho: razoável, não comprometeu, mas não apareceu muito. Não o culpo, estrear justamente em uma situação destas, sem nunca ter sequer trabalhado com a equipe, é uma fria. Foi burocrático e não tentou muita coisa, mas acertou seus cruzamento, mesmo sendo esporádicos.

  7. Lucas: novamente mostrou personalidade e foi o principal jogador de armação. Criou bons lances e teve participação direta na jogada do primeiro gol. Foi bem, porém sobrecarregado.

  8. Bruno Octávio: começou bem a partida protegendo bem a defesa alvinegra. Sua saída foi muito maléfica à equipe.

  9. Schwenck: vibrante e raçudo, foi muito bem, principalmente no primeiro tempo. O período sem jogos foi muito bom para o aprimoramento de sua condição física que resultou em muita disposição, um gol e uma outra boa tentativa que obrigou Aranha a fazer grande defesa.

  10. Pedrinho: desta vez ficou escondido em boa parte do jogo e não foi bem. O torcedor depositva nele grande esperança como o homem que entra para resolver - não será bem assim. Todos sabemos da qualidade, Pedrinho inclusive já mostrou isto, mesmo com poucas oportunidade até então, com a camisa alvinegra. Confio bastante em seu potencial, mas será apenas mais uma peça e não o diferencial. Pelo menos causou a expulsão de Edílson em um lance de muita raça ao colocar o pé em uma dividida que poderia ter mandado o jogador de volta para o DM.

  11. Rafael Coelho: novamente quando foi preciso, correspondeu. Teve participação direta nos dois gols, um gol e um belo passe em uma dividida de cabeça com um jogador muito maior que ele. Precisa ser melhor aceito pelo torcedor por tudo que vem fazendo.

  12. Schmoller: o alemão entrou para substituir Bruno Octávio que tinha papel fundamental na marcação, mas não conseguiu. Tanto ele como Roger apareciam mais para o ataque que na defesa. Schmoller é segundo volante e não consegue atuar de primeiro. Perdeu o tempo da bola em algumas tentativas de roubar a bola e tirou o pé em algumas divididas, como em uma, já supracitada, que poderia ser gol. Precisa ter mais personalidade e raça, é muito "frio"em campo. Falta vibração!

  13. Jairo: não foi bem e errou muitos lances. Roberto Fernandes pensou bem em colocá-lo buscando tirar um pouco a responsabilidade que caía em cima do jovem Lucas. Todavia fez o de sempre, abaixava a cabeça e tentava algo no desespero. É de se louvar a raça, determinação e personalidade do jovem meia, entretanto precisa ser mais calmo e ter mais visão de jogo, saber passar a bola quando é necessário. Este ano ainda não encontrou bom futebol.

  14. Marcelo: foi razoável. Perdeu uma boa chance, mas estava desequilibrado e errou lances bobos que deixaram a torcida irritada, contudo fez ótima assistência para o gol de Rafael Coelho.

  15. Roberto Fernandes: Para mim foi impecável. Acertou em todas as alterações e armou bem o time. Colocar Jairo foi inteligente sabendo da sobrecarga em cima de Lucas, Marcelo também foi posto no momento adequado de pressão do alvinegro com a expulsão de Edílson. O problema maior foi a falta de peças, tanto para a defesa, como também na posição de primeiro volante, zagueiro e lateral direita. Não foi culpa sua colocar Anderson Luis em campo, pois Davidson estava machucado e Pico fora de forma, Lucas era necessário para a armação. Com a chegada de Kássio esse problema será sanado e espero que o da zaga seja também, em parte, com a de Toninho.

E você, torcedor alvinegro? Foi ao Scarpelli? Faça a SUA análise para o Púlpito Alvinegro!

ps: Gostaria de me desculpar pelo tempo que o blog ficou meio ausente. Notícias não faltaram, como as contratações e boatos sobre elas, porém estava com problemas de saúde o que complicou o trabalho, com o outro companheiro ocupado com outras tarefas. Estamos precisando de um novo membro para manter a qualidade do blog, se alguém estiver interessado em participar mande um e-mail para mgallina@hotmail.com. Obrigado!

5 comentários:

Saulo disse...

É, o Figueira se complicou com esse empate em casa diante da Ponte Preta e lá é muito difícil.

fernando disse...

concordo com tudo na analise.
o roger nao tá jogando bem faz tempo, as vezes me parece desligado do jogo errando passes faceis, mas tenho esperança no futebol dele.
bruno perone e anderson luis nao tem nem o que dizer. eles tem que sair do Figueirense seja pela qualidade técnica ou pelo desgaste com a torcida.

o time tá evoluindo sim, em outros tempos (de Pintado) teriamos tomado um sacode da Ponte em casa mesmo. Então acho que com esses novos reforços o time pode evoluir muito.

outro ponto negativo que podia ser adicionado ao post foi a fraca presença da torcida no Scarpelli. Mesmo com o time ruim, era véspera de feriado, ingressos pela metade, Copa do Brasil etc. e a torcida decepcionou, só querem o filé.
antes reclamavam que o ingresso era caro, por isso o povão não ia, pois no jogo de quinta o ingressa era 15 reais e cadê o povão?

Quem é Figueirense é Figueirense sempre. Guerreiro é quem tava lá contra o Criciuma.

Matheus G. disse...

Fernando concordo com sua opinião!
Inclusive falei um pouco apenas deste fato da torcida ser apenas mediana, sendo véspera de feriado, além do longo período sem jogos do Figueirense.

Pode ter certeza que sua opinião será levada em conta.

Grande abraço!

Jbmartins-Contra o Golpe disse...

O Time que que mostrar muito mais para subir para Elite ou ate mesmo passar pela a ponte no proximo jogo, na minha opinião a Bola Cheia foi a Torcida que compareceu apoiou, um time que não agrada e não inspira confiança.

Dante disse...

Apesar da melhora, guarde bem isto que vou dizer agora: está uma vergonha esse time do Figueirense. Se ñ houver MUITA qualificação pro próximo jogo (ñ sei se da série B ou CB), esse treinador ñ fica mais que umas 3 rodadas. Ñ que ele seja ruim, mas ou ele pede as contas ou mandarão embora, jogando nela a culpa dessa má administração. Registrem e me cobrem.