Keep your head up! Você tem mais motivo de orgulho.

Vocês, leitores, sabem que eu não costume comentar nada sobre um certo time, mas depois de um post do blog do InfoEsporte, fui obrigado.

A diferença de comemoração entre os dois times da capital para um mesmo título é notável.

Justamente por não saber mais comemorar, por ter até mesmo esquecido de como se soletra a palavra campeão, os avaianos estão comemorando o título campeonato catarinense como se fosse um mundial. Não apenas os torcedores avaianos (que boa parte é formada por torcedores que durante estes 10 anos se quer acompanhavam futebol) mas também a imprensa.
O Figueirense ano passado foi campeão catarinense, o Figueirense nos últimos 12 anos ganhou SEIS títulos estaduais. Um a cada dois anos. É extremamente compreensível esta notada diferença de como comemorar para com as duas partes. Grande parte está comemorando o primeiro título de suas vidas (obviamente deixando de lado a grande parte mista da torcida) enquanto os alvinegros já estavam mal acustumados. Alvinegros, entendam e respeitem!

Todavia não há motivo para ficarmos tristes em relação ao título. Podemos ficar por não termos vencido e não pelo rival. Se formos pensar estamos mantendo uma boa média, um título a cada 2 anos. O Avaí? O que podem falar? Preferem vencer um título a cada 12 ou 6 no mesmo espaço de tempo? Contra fatos não há argumentos.

Torcedor alvinegro, keep your head up!
Você torce para o maior campeão Estadual da história de Santa Catarina, o clube que mais venceu clássicos, inclusive dentro da casa do adversário e que ficou por mais de duas décadas sem perder clássicos em seus domínios. Você, em 2006, viu seu time fazer a melhor campanha de um clube catarinense na história da Série A, uma sétima colocação a poucos pontos da libertadores (há se o Vinícius não põe a mão naquela bola). Viu seu time, um ano depois, ser vice-campeão da Copa do Brasil, a segunda maior competição de futebol do Brasil, com aquele inesquecível gol de Henrique, no Maracanã lotado, no ângulo, calando toda a torcida do Fluminense em uma final de campeonato nacional. Isso nosso rival nunca chegou nem perto, sua maior realização foi o terceiro lugar na Série B. Na Copa do Brasil? O máximo que fizeram foi conseguir eliminar o Rio Branco-PR no tapetão e depois ser goleado dentro e fora de casa na mesma competição pelo Galo que nem nas semis chegou, no mesmo ano o Avaí escapou na última partida do rebaixamento a Série C. No Brasileirão? O máximo que os avaianos conseguiram foi uma deprimente e vexatória nonagésima colocação.

Infelizmente, este campeonato estadual foi nada mais que um laboratório para o Alvinegro. Com maior dificuldade de encontrar peças, tivemos que tirar o atraso em relação ao aproveitamento dos valores da base, esquecido na campanha do ano passado (inclusive apontado com uma das maiores falhas que culminaram no rebaixamento). Nosso elenco era composto, mais da metade, por atletas da base, a média de idade era algo em torno de 22 anos! O Avaí, querendo ou não, já está na Série A e o seu maior objetivo no ano era o Estadual, a consequência seria a manutenção da equipe na Série A. Mas eram eles que não viam um título há 12 anos, o Figueirense não tinha essa prioridade e é mais que óbvio. O objetivo traçado em janeiro ainda está em foco, que é o retorno a Série A e pelas últimas impressões, como o clássico contra os bons reservas do Internacional, tivemos alguns cartões de visitas como, pela primeira vez em mais de um ano, laterais ofensivos que chegam com qualidade e cruzamentos perfeitos. Zagueiros decentes também atuaram, o que há muito tempo não viamos, além de boas estreias, como a de Kássio. Sim, até agora, pelo menos, está tudo dentro dos conformes que a diretoria planejou. Ninguém gosta de perder, eu não gosto, mas o objetivo comum está traçado e todos aqui concordam com ele!

Vale lembrar que Roberto Fernandes está invicto desde que chegou, 7 jogos sem perder e está dando uma cara boa ao time, desdo ano retrasado não tínhamos um time, como nos últimos dois jogos, organizado em campo.

Claro que devemos lamentar, e muito, o rebaixamento para a Série B. Mas não por causa do nosso rival, isso nada tem haver. Basta lembrar que o time azul é a equipe que mais participou da Série B na história. Se algum torcedor avaiano criticar a Série B está negando suas origens, como se fosse falar que a casa que morou por 10 anos e formou alicerces era um lugar de fracassados - estarão falando mal deles mesmos. Uma pequena pergunta, quem é mais Série B e mais Série A em Santa Catarina? Qual clube melhor representou o Figueirense na A? Avaí com sua NONAGÉSIMA POSIÇÃO ou o Figueirense com 7 anos e um SÉTIMO LUGAR? O time que nem se quer jogou ainda na A ou quem atuou 7 anos de grande respeito?

Temos uma das melhores estruturas do Brasil, com um Centro de Formação, e trabalho de categoria de base que já dão resultados há algum tempo, como os inéditos títulos da Copa São Paulo de Futebol Júnior e a Copa Internacional de Promissão. Conquistamos uma supremacia total e esmagadora nos Estaduais da base, em todas as categorias, perdendo raramente o título. Nomes como André Santos, Soares, Henrique, Felipe Santana e Filipe estão brilhando pelo mundo.

Um dos maiores ídolos da história do Avaí é Marquinhos. O que Marquinhos já fez em nível nacional? Foi dispensado do São Paulo por deficiência técnica (ruindade). Quem eles tem que já fez algo decente? Até ontem este ídolo jamais havia ganhado nada. O Figueirense tem na sua história nomes como Edmundo, vice-campeão mundial, e um dos craques que já atuaram no Brasil - quando esteve no Figueirense foi o segundo melhor jogador em atividade no Brasil. Cleiton Xavier é o jogador mais importante do Palmeiras, Victor Simões artilheiro do Botafogo, Rodrigo Souto considerado ano passado o jogador mais importante do Santos ao lado de KP, Marquinhos Paraná o motorzinho do Cruzeiro, Felipe Santana titular do Borussia, Filipe (guri da nossa base) é destaque na Espanha, Michel Bastos na França, Chicão e André Santos campeões paulistas deste ano e a lista não acaba por aqui. Mostram fotos de crianças pegando autógrafo do mal-caráter loiro, mas qual avaiano não pegaria autógrafo do Edmundo? O que é Marquinhos ao lado de, por exemplo, André Santos, da base alvinegra?

Em quesito torcida não há o que discutir. Em um dos anos mais tristes da história moderna do Figueirense e o de maior felicidade da história do rival (sim, subir para a Série A foi o ápice do clube) o Figueira botou mais torcedores que o rival em média em campo. Não há o que discutir, não há pesquisa que dê o contrário, nem na Internet, nem por institutos de renome como a última pesquisa feita pelo Instituto Mapa (2007) que apontou o Figueirense como a marca mais lembrada de Santa Catarina no segmento Times de Futebol, com 25% da preferência catarinense. Arrisco dizer que faz muitos anos que o Avaí não bate o Alvinegro em público médio do ano e isto é fato.

É o que eu falo, subir pra Série A até o Ipatinga e o América-RN subiram - subir e ficar 7 anos poucos são os times que consegue - o Figueirense estava entre os 10 times que mais pontuaram na época de pontos corridos do Brasileirão, um motivo de orgulho. Cair para Série B, Palmeiras, Corinthians, Grêmio caíram. Agora cair e depois subir, só time de muita camisa, tradição, que a torcida luta lado a lado, só clube de grandeza.



Final do ano tiraremos mais uma análise de grandeza...
Enquanto isso você, torcedor, fique de cabeça erguida!
Você tem muito mais motivo de se orgulhar de seu time que eles.

ps: "A história recente do Avaí é tão cheia de humilhações que dava pra escrever um livro só com elas. Como só cabem 10 neste texto, incluí algumas “extras” em cada tópico. Coloquei também duas humilhações que não vi, mas que fazem parte da história do meu time". Um avaiano documentou no blog impedidos alguns dos maiores vexames porque seu time já passou, vale a pena ler clicando aqui.