segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

AMOR SEM DIVISÃO


A vitória que tanto pedi, aqui no blog, veio.
Veio de maneira suada, emocionante, heróica, lutada - como toda essa reação alvinegra que motivou e deu esperança até àqueles que desde a derrota pelo Atlético já tinham desacreditado.
Porém, por falhas gravíssimas acumuladas no decorrer do campeonato, ela não foi o suficiente. As três vitórias de Pintado, que fizeram com que o treinador obtivesse impressionante 100% de aproveitamente no comando do Figueirense, não adiantaram.
Entrar na rodada decisiva não dependendo apenas de si foi fatal.
Domingo, dia 7 de dezembro de 2008 foi um dos dias mais tristes da história do vitorioso clube catarinense, que agora dá um "até breve" a elite do futebol nacional - o time venceu mas foi derrotado.
Com muito sofrimento, faço aqui uma análise de cada fato que habitou os pensamentos dos alvinegros neste domingo ensolorado, da atuação emocionante do Figueirense em campo, passando pelos erros da diretoria alvinegra no ano e até mesmo o futuro do maior clube de Santa Catarina.

A TORCIDA
A torcida do Figueirense deu show, por ser a maior torcida do Estado, correspondeu bem com tal posição. Botou perto de 17 mil torcedores para empurrar seu time para fugir de um rebaixamento, ou seja, em uma situação triste - mostra a estrondosa diferença entre nossa torcida e a outra da capital que somente empurra o time em bons momentos de modinha e ainda faz médias medíocres de 6mil com público máximo em 4 mil menor que este, sendo que foi o jogo mais importante da história deles.
E não foi só pelo número que a torcida foi maravilhosa, fez uma festa nunca antes vista, gritou, torceu, pulou e cantou o tempo todo - relembrando os tempos de ingresso mais barato -, não abandonando o time nunca!

O JOGO

O Figueirense venceu, começou perdendo para o Internacional com um bom time, com bons jogadores como Guiñazú, Andrezinho, Bolívar entre outros em campo que não foram suficientes para parar o clube "mais vezes campeão de Santa Catarina".
Marquinho, o craque alvinegro, tratou de empatar o jogo logo no início do segundo tempo, Rafael Coelho - o garoto manezinho torcedor do Figueirense - empatou com um belíssimo gol e Cleiton Xavier fechou sua participação pelo Figueira com um gol de cabeça- o filme tinha script de final feliz, com o jogador-torcedor do Figueirense marcando o gol salvador e comemorando emocionadamente, parecia achar que aquele era o gol da salvação do seu clube do coração e terminando com o gol do craque que se despede com sensação de dever cumprido.
Bruno Perone jogou muito bem lá atrás, salvando chances claras de gol; Alex Bruno mostrou porque é o melhor zagueiro do elenco; Leandro Carvalho tirou bastantes bolas e até Tadeu novamente fez boa partida, não fez o gol que pedi, mas fez grande atuação como pivô com passes precisos e de impressionar - a parte negativa ficou por conta de Anderson Luis que, nervoso, não jogou bem e deu lugar ao estreante Peter que jogou bem.

A TRISTEZA
Não adiantou. Nada disso adiantou.
O Figueirense Futebol Clube, maior clube de Santa Catarina, foi rebaixado à Segunda Divisão.
É triste ter que escrever isso, sofri como muitos nesse final de domingo, mas é a pura realidade.
O time lutou até o fim, Pintado foi maravilhoso, conseguiu 100% dos pontos que disputou, fez o que podia, mas não deu.
A torcida, após a vitória que não pode ser comemorada, ficou apreensiva por mais oito minutos esperando por pelo menos um golzinho do Santos, já que o Flamengo já havia feito lambanças - não foi o gol que veio, mas sim as lágrimas.
Dos 6 resultados possíveis, três nos salvariam do rebaixamento, mas imprevisível e emocionante como é o futebol, dois dos três resultados que não poderia ocorrer vieram à tona. O Santos empatou e o Flamengo perdeu, de goleada. Ambos arcaram com suas atuações, o alvinegro praiano ficou sem a vaga para a Sul-Americana; enquanto os cariocas, que lideraram boa parte da competição, ficaram sem a Libertadores.
Quem saiu perdendo mais foi o Figueirense.

PREJUÍZOS
Todos sabemos a quantidade de prejuízo que um rebaixamento acarreta.
Novos patrocínios que poderiam ajudar o Figueirense neste momento não aparecerão, cotas de televisão que também são o diferencial para clubes da Série A também não, ou seja, o dinheiro que entrará para o balanço será menor obviamente - por competência o Figueira tem contratos de patrocionadores de anos.
Sem contar os jogadores que entre um time da Série A e outro da B, preferem o de maior visão - Tadeu estava prestes a reforçar o Avaí, mas por ter interesse do Figueirense, clube maior e da Série A, preferiu o alvinegro.

REBAIXAMENTO NÃO É O FIM
Porém uma coisa é certa - o rebaixamento é triste mas não é privilégio só nosso ou motivo para nos envergonharmos.
Não falo isso em relação aos avaianos, pois ocupam um nível inferior nacionalmente que nós - em 80 e poucos anos de história JAMAIS estiveram na Série A (desde que foi criada a divisão por séries eles jamais estiveram), um clube que tem em sua melhor colocação na história do Campeonato Brasileiro um 94° lugar não merece respeito, sem contar que não tem expressão nenhuma nacionalmente - assistem ao rival ficar 8 anos na elite, chegando à final de um Campeonato de nível Nacional no ano passado, além de ter a melhor categoria de base do país e ter 6 títulos catarinenses nos últimos 10 disputados enquanto nesse mesmo período além de quase cair para a Série C ainda não ganharam UM título sequer.
Falo em relação a todos os times de nível do Brasil - apenas Cruzeiro, Flamengo e Internacional jamais foram rebaixados.
Todos os outros times já tiveram de encarar a Série B, um bom exemplo é o Corinthians, clube de grande história e de gigantesca torcida que amargou a divisão mas subiu de cabeça erguida.

ERROS DO CLUBE
Este triste episódio desmascarou erros cruciais feitos pela diretoria do clube que mudou a política de contratação cedendo muita autonomia para os técnicos neste quesito, com isso o time, que teve cinco técnicos durante a campanha do Brasileirão, contratou alguns jogadores que cada técnico recomendava, mas ao cessar sua participação no clube o próximo treinador fazia as suas contratações e as dos outros muitas vezes não eram aproveitadas - o elenco do Figueirense tornou-se uma salada de jogadores, sem identificação com o treinador que o tinha na mão, um bom exemplo é Renato, zagueiro que Macuglia recomendou e que não jogou um jogo sequer.
Enquanto Alexandre Gallo queria uma reformulação total do elenco, prezou por jogadores rodados e experientes, ignorando os frutos da base que seriam importantíssimos devido a excelente posição na Copa São Paulo; Macuglia trouxe seus nomes do interior paulista; enquanto PC Gusmão trouxe os seus e Mário Sérgio grandalhões e jogadores defensivos (pelo menos garimpou o excelente zagueiro Alex Bruno) - toda essa bomba caiu na mão de Pintado que conseguiu se desdobrar bem.
Erros durante jogos também são lembrados neste momento, como a infelicidade no jogo contra o Ipatinga que, por não segurar a bola no final do jogo, o time catarinense cedeu o empate; ou até mesmo a fatídica derrota para o Atlético-PR, resultado este que, para mim, foi o mais desastroso.
Até erros de arbitragem são levantados, esses que prejudicaram o alvinegro o campeonato todo, o do Grêmio é impossível não ser lembrado, quando o árbitro prejudicou claramente o Figueira.
Reclama-se como sendo a demissão de Gallo outro ponto, mas até mesmo PC Gusmão tinha o time nas mãos e se naquele jogo contra os gaúchos no Scarpelli tivesse vencido entraríamos para a zona da Libertadores, o 7x1 retirou totalmente qualquer confiança e força de vontade que o grupo buscava no treinador - creio que sua retirada foi tardia, mas quem na época adivinharia?

FUTURO
Agora nada disso importa, o fato já se sucedeu.
Enfretaremos a Série B ano que vem, infelizmente.
É bom lembrar que teremos, além do Campeonato Catarinense que vejo ser uma obrigação do clube para com o torcedor que sempre apoiou e esteve presente, a Copa do Brasil - sim, ainda há condições do Figueirense fazer boa campanha em nível Nacional e a redenção pode se tornar mais próxima do que imaginamos.
O time deve se reforçar, os jogadores devem ser mantidos pelo menos para uma base com que Pintado possa trabalhar, afinal ele conseguiu resultados com o grupo e começar do zero pode custar caro. Vejo que Wilson, Alex Bruno, Diogo, Marquinho e Rafael Coelho, principalmente, devem ser mantidos na medida do possível, a dificuldade será grande, provavelmente grande parte destes atletas deixarão o clube, mas seriam importantíssimos.
A diretoria deve repensar sua política, principalmente na parte em relação ao torcedor que estava falha nestes últimos anos, pois na Série B este fator torna-se relevante por demais. A política cara de ingressos aplicada de certa forma adiantava para a Série A, pois por ver jogos de maior nível o torcedor de menor poder aquisitivo se desdobrava para ir ao estádio, mas para estes que sofrem mais por uma cadeira no Scarpelli é necessária uma mudança. Porém, um fato permanecerá que é a paixão do torcedor do Figueirense para com o seu time, esse torcedor jamais abandonará o time que, apesar disso, fará medias de público dignas de sua grandeza e facilmente superiores à mediocridade do Sul da Ilha - um ponto é importante lembrar, sempre nas situações adversas, no Scarpelli, os verdadeiros torcedores comparecem e empurram o time de maneira comovente.
O Catarinense serviriá como parâmetro para nosso futuro nas demais competições. Este ano foi assim, o título fez com que vários erros fossem maquiados, assim como o de 2006 provou que nosso time era forte para o Brasileirão.

Usarei aqui alguma palavras de Melo, da comunidade do Orkut, que levantou uma questão muito pertinente e positiva que pode ser proporcionada com essa infeliz situação: "com essa queda coisas boas hão de acontecer, com o clube, com a torcida.. um sentimento que havia se apagado vai voltar.. e aih qndo retornarmos à serie A, pode ter ctz vai voltar com um sentimento diferente..". - Melo tocou num assunto em que eu não havia pensado - a torcida do Figueirense estava acomodada, ao passar dos anos, na Série A, já se acustumava com esse fato. Aquela vibração característica da torcida vinha se perdendo nos últimos anos, a torcida aparecia ao estádio, mas só pegava junto em algumas situações - nos últimos jogos notou-se aquela emoção dos jogos de casa cheia de 2001, 2002, 2003, a torcida estava mordida e queria ajudar o clube. Com esse revés, a torcida erguer-se-á, devido à situação adversa e junto com o time garantirá a nossa vaga para a Série A que está reservada e voltará com outro espírito, renovado, de maneira jamais vista em Santa Catarina para empurrar o Figueirense para objetivos superiores.

Vejo de maneira otimista nosso futuro, creio que a campanha na Série B poderá ser muito boa devido a diferença imensa de estrutura entre nosso clube e os demais participantes. Rodrigo Prisco Paraíso afirmou que nosso time subirá sim para a primeira divisão no próximo ano e espero que ele não erre nessa previsão e que, para isso, invista no elenco de maneira coerente para, junto de Pintado, conseguir este objetivo entre outros que serão possíveis neste ano de 2009:
— Temos uma estrutura mais forte, tanto física, organizacional e até financeira. O Figueirense tem mais condições do que muitos dos outros clubes que disputam a Série B e nós vamos investir para voltar à Primeira Divisão já no ano que vem. O time entra como um dos favoritos e, com certeza, vai estar entre os quatro primeiros — declarou.
Para terminar este imenso post, que foi feito com muito sofrimento e paixão que, com o tempo, foi se transformando em esperança para um futuro melhor para o nosso alvinegro; repetirei uma frase que foi escrita pelo bloqueiro Castiel e, desta vez, fez com que eu concordasse: "O Figueira "está" na Série B, mas não "é" Série B. Portanto, alvinegros, este não foi o último apito e, sim, o primeiro de um recomeço. O coração alvinegro segue batendo forte, orgulhoso. Ferido, sim. Vencido, jamais!"

O Figueirense, portanto, não é Série B, ao contrário de outro clube que é um time símbolo de tal divisão, mas sim está, mas por questão de tempo.

Junto com a sua torcida o Figueirense sacodirá a poeira e dará a volta por cima, afinal para a torcida do Figueira AMOR NÃO TEM DIVISÃO!
FIGUEIRENSE FUTEBOL CLUBE PARA SEMPRE!

Desabafe você também torcedor alvinegro, esté também é seu espaço, aqui somos todos uma família!

6 comentários:

Anônimo disse...

Realmente AMOR NÃO TEM DIVISÃO !!!!!!!!!
Agora ,espero que tenha servido de lição .
Nós , torcedores alvinegros exigimos que em 2009 , tenhamos não apenas um time competitivo , mas um time vitorioso no Campeonato Catarinense , na Copa do Brasil e no Brasileiro ; para voltarmos para a série A com louvor !!!!!!

Anônimo disse...

Na verdade foi domingo 7 de dezembro. Concordo plenamento não é um xau, mas sim um até logo.

Jbmartins-Contra o Golpe disse...

Pessoal os Blogs e os torcedores alvinegro teem que se unirem e cobrar a promessa do Sr. Paulo Prisco Paraiso, Queremos o titulo da serie B e o Catarinense, e se fizer um time forte com certeza beliscar a Copa do Brasil.

Anônimo disse...

É isso mesmo...ano que vem...títulos nacionais nos aguardam...

FIGUEIRA HJ E SEMPRE!!!

Anônimo disse...

Parabéns pelas belas palavras!
Tocou bem fundo nos nossos corações alvinegros!
A TUA GLÓRIA É LUTAR... VAMOS QUE VAMOS FIGUEIRENSE!

Dante disse...

Figueirense é um time pra ser ter honra de ser torcedor. Claro que o momento é ruim, mas quem ñ passou por isso uma vez na vida? Acidente de percurso, que pode e vai ser muito bem resolvido e resurgiremos das cinzas, para o topo mais alto da glória. Sou Figueira de alma.